A História do Dire Straits, grande banda oitentista
03/09/2021 00:44 em Movido a Rock

Dire Straits foi uma banda de rock britânica formada em 1977 por Mark Knopfler (guitarra e vocais), seu irmão David Knopfler (guitarra), John Illsley (baixo) e Pick Withers (bateria). Embora formada em uma época em que o punk rock reinava absoluto, decidiram lidar com as convenções do rock clássico, firmando-se em uma sonoridade mais leve, que agradou ao público cansado do som superproduzido do rock dos anos 70. Não tardou para que a banda se tornasse conhecida mundialmente, ganhando o status de disco de platina logo em seu primeiro álbum. Mesmo com "pouco" tempo de banda e apenas 5 álbuns de estúdio.

 

A banda ultrapassou a marca de 100 milhões de discos vendidos mundialmente.

Entre suas canções mais conhecidas estão "Sultans of Swing", "Lady Writer", "Romeo and Juliet", "Why Worry", "So Far Away", "Money for Nothing", "Walk of Life", "Tunnel of Love" e "Brothers in Arms".

Apesar do grande sucesso, a banda terminou sem estardalhaços em 1994, quando Mark Knopfler expressou o desejo de não mais fazer turnês em larga escala, passando imediatamente a se dedicar integralmente à sua carreira solo.

 

Início

 

O Dire Straits gravou e lançou seu primeiro e auto-intitulado álbum em 1978 embora a banda tenha sido criada em 1977. Fez sucesso inicialmente no Reino Unido, para depois se espalhar pelo resto da Europa e então Estados Unidos. O single Sultans of Swing alcançou as paradas britânicas. O segundo álbum Communiqué foi lançado no ano seguinte. A formação da banda mudou ao longo dos anos, restando somente Mark Knopfler e John Illsley como remanescentes da formação inicial.

 

Aumentando a complexidade

 

Em 1980 a banda lançou seu terceiro álbum, Making Movies, marcando o início de arranjos mais complexos e produções que continuariam parecidas até o final do grupo, nos anos 1990. Contendo Romeo and Juliet, que se tornou um dos maiores hits da banda, o álbum também marcou a saída de David Knopfler enquanto sua produção ainda estava em progresso. O músico foi substituído por Sid McGinnis. Making Movies ainda contava com o tecladista Roy Bittan e foi produzido por Jimmy Iovine.

 

O tecladista Alan Clark e o guitarrista Hal Lindes se uniram à banda no quarto álbum, Love Over Gold, lançado em 1982 e primeiro álbum da banda produzido por Mark Knopfler. Logo após o lançamento do álbum o baterista Pick Withers deixou a banda para uma nova carreira no jazz. Seu substituto foi Terry Williams, anteriormente no Rockpile. Em 1983 foi lançado um EP contendo a canção Twisting by the Pool, sendo seguido pelo álbum ao vivo duplo Alchemy: Dire Straits Live, no ano seguinte.

 

Era Brothers in Arms

 

O cd Brothers in Arms foi lançado em 1985 tornando-se, até então, o disco mais vendido do Reino Unido em todos os tempos. Alcançou também o topo das paradas em dezenas de países mundo afora, incluindo o Brasil. Foi origem de vários singles de sucesso, como o hit número 1 nos Estados Unidos Money for Nothing, que foi também o primeiro videoclipe apresentado na MTV do Reino Unido. Houve mudanças na formação da banda, com a adição do segundo tecladista Guy Fletcher e a saída de Hal Lindes durante as gravações, tendo sido substituído por Jack Sonni. Apesar disso Hal permaneceu como membro oficial da banda até o lançamento do álbum.

 

Além disso, Terry Williams tornou-se baterista. O sucesso comercial do disco foi ajudado pelo fato de ter sido um dos primeiros álbuns completamente gravado e produzido no então novo formato CD, levando aos admiradores da nova tecnologia a venerarem o álbum. A turnê mundial da banda de 1985-1986 foi de sucesso fenomenal.

 

Após tocar várias vezes no Wembley Arena, a banda também participou em 13 de julho de 1985 no Live Aid, tocando Money for Nothing com a participação nos vocais de Sting, que ajudou na composição da música. A turnê terminou no Entertainment Centre em Sydney. O sucesso do disco e a participação no Live Aid tornaram o Dire Straits a banda que mais vendeu em meados da década de 1980.

 

Era pós-Brothers in Arms

 

Em 1986, após o final da turnê de suporte ao álbum Brothers in Arms, a banda estendeu-se fora da mídia e Mark Knopfler concentrou-se em projetos solo, além de trilhas sonoras. O grupo reuniu-se novamente para o concerto de aniversário de 70 anos de Nelson Mandela em 1988, que contou com outras grandes participações como o Bee Gees, Phil Collins, Eric Clapton entre outros. No mesmo ano Terry Williams deixou a banda.

 

Final da banda

 

Seguindo o lançamento de Live at the BBC, uma coleção de gravações ao vivo de seus anos anteriores, a banda terminou sem alardes em 1994, após Knopfler expressar não querer mais grandes turnês, partindo para um trabalho em tempo integral em material solo e trilhas sonoras de filmes, enquanto os outros integrantes partiram para carreiras distintas.

 

Membros fundadores

 

Mark Knopfler - vocal e guitarra (1977-1994)

John Illsley - baixo e backing vocal (1977-1994)

 

Membros da última formação

 

Alan Clark - teclado (1980-1994)

Guy Fletcher - teclado e backing vocal (1984-1994)

 

Membros antigos

 

David Knopfler - guitarra, teclado e backing vocal (1977-1980)

Pick Withers - bateria, percussão e backing vocal (1977-1982)

Hal Lindes - guitarra e backing vocal (1980-1984)

Terry Williams - bateria e percussão (1982-1988)

Jack Sonni - guitarra e backing vocal (1984-1988)

Chris White - saxofone, flauta e backing vocal (1984-1994)

 

Membros auxiliares em turnê

 

Mel Collins - saxofone (1983-1984)

Tommy Mandel - teclado (1983-1984)

Joop de Korte - percussão (1983-1984)

Eric Clapton - guitarra e back vocal (1988)

Chris Whitten- bateria e percussão (1991-1994)

Phil Palmer - guitarra e back vocal (1991-1994)

Paul Franklin - pedal steel guitar (1991-1994)

Danny Cummings - percussão (1991-1994)

 

Músicos convidados de estúdio

 

Boby Bear - teclado (1979)

Roy Bittan - teclado (1980)

Sting - back vocal (1985)

Omar Hakim - bateria e percussão (1985)

Jeff Porcaro - bateria e percussão (1990)

 

Discografia

 

Álbuns de estúdio

 

1978 - Dire Straits

1979 - Communiqué

1980 - Making Movies

1982 - Love over Gold

1985 - Brothers in Arms

1991 - On Every Street

 

EPs

 

1983 - ExtendedancEPlay

1993 - Encores

            

Álbuns ao vivo

 

1979 - Live in Germany

1984 - Alchemy: Dire Straits Live

1993 - On the Night

1994 - Live at the BBC

 

Compilações

 

1988 - Money for Nothing

1998 - Sultans of Swing: The Very Best of Dire Straits

2005 - The Best of Dire Straits & Mark Knopfler: Private Investigations

2011 - The Ultimate Best of (remastered) Dire Straits

 

Compactos

 

1978 - "Sultans of Swing"

1979 - "Lady Writer"

1980 - "Romeo And Juliet"

1981 - "Skateaway"

1982 - "Private Investigations"

1983 - "Twisting by the Pool"

1985 - "So Far Away"

1985 - "Money for Nothing"

1985 - "Brothers in Arms"

1986 - "Walk of Life"

1986 - "Your Latest Trick"

1991 - "Calling Elvis"

1991 - "Heavy Fuel"

1993 - 

 

Turnês

 

1978 - "Dire Straits Tour"

1979 - "Communique Tour"

1980 - "On Location Tour"

1982 - "Love Over Gold Tour"

1983 - "The Alchemy Live Tour"

1985 - "Brothers in Arms Tour"

1991 - "On Every Street Tour"

 

Prêmios

 

BRIT Awards 1983 - Melhor grupo britânico

Grammy Awards 1986 - Melhor performance de rock por banda ou dupla (por "Money For Nothing")

Grammy Awards 1986 - Melhor engenharia de gravação, não-Clássica (pelo disco "Brothers in Arms")

Juno Award 1986 - Disco internacional do ano (Brothers in Arms)

BRIT Awards 1986 - Melhor grupo britânico

MTV Video Music Awards 1986 - Video do ano (por "Money for Nothing")

MTV Video Music Awards 1986 - Melhor video de banda (por "Money for Nothing")

Grammy Awards 1987 - Melhor video musical (por "Brothers in Arms")

BRIT Awards - Melhor disco britânico (por "Brothers In Arms")

Grammy Awards 2006 - Melhor disco em som surround para seus produtores de som sorround (para Brothers in Arms—20th Anniversary Edition, Chuck Ainlay, surround mix engineer; Bob Ludwig, surround mastering engineer; Chuck Ainlay and Mark Knopfler, surround producers)

 

Curiosidades

 

A banda se chamava inicialmente Cafe Racers. Ao observar as condições precárias do grupo, um amigo do então baterista Pick Withers fez uma piada sugerindo que a banda deveria se chamar "Dire Straits", que em inglês é uma gíria usada para designar algo ou alguém em situação financeira muito ruim. A sugestão foi aceita com bom humor pelos integrantes que adotaram o nome dali para a frente. O nome soa um tanto irônico hoje em dia visto que o Dire Straits se tornou uma das mais rentáveis e bem sucedidas bandas da história da música, e seu líder, Mark Knopfler, entre os artistas mais ricos do mundo.

 

O grupo foi em 1985 um dos grandes responsáveis pela divulgação e disseminação do então novo e revolucionário formato de audio digital, o compact disc. A Philips, criadora do CD, era patrocinadora da mega-turnê da banda naquele ano e usou o grande sucesso comercial do disco Brothers in arms para alavancar a popularidade do novo formato.

 

O álbum Brothers in Arms foi um dos primeiros discos a ser inteiramente gravado pelo sistema digital e o primeiro CD da história a vender 10 milhões de cópias. Dizia-se na época que existiam mais CDs do Dire Straits que players para tocá-los.

 

Para o encerramento da turnê "Brothers in Arms", em abril de 1986, foram programadas 5 apresentações na Austrália. Em alguns dias de venda a demanda por ingressos exigia mais 15 apresentações extras. Mark Knopfler teve de ir a redes de TV locais pedindo que parassem de comprar ingressos pois estavam cansados pela longa turnê e tinham de voltar para a casa.

 

A introdução da cancão "Money for Nothing" aparece no episódio "o Sorvete de Marge" dos Simpsons.

A música "Money For Nothing" tem participação de Sting em vocais adicionais.

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